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A ARTE DA INTERATIVIDADE

Ana Clara Borges

Transformação

Sobre A AutorA

interatividade

 “Qualquer contato com a literatura, com a palavra é importante. Não importa a plataforma. A pessoa tem que estar à vontade, se sentir bem lendo o que ela quiser ou o que ela foi estimulada a ler”, explica o escritor Pedro Gabriel, autor do livro “Eu me chamo Antônio”.

 Há pouco tempo, com o surgimento do computador, o fim da literatura vem sendo anunciado, e tem sido repetido desde então. Houve uma mudança - significativa - no cenário literário. Os leitores mudaram seus hábitos e os escritores se adaptaram. Pessoas estão parecendo o tempo todo – o que não é bom nem ruim, só está acontecendo. Surgiram novas locuções e interlocuções, formas de fazer e de entrar em contato com o texto. Quem trabalha com a escrita, com a palavra, a criação - no sentido amplo - precisa se abrir para tudo e procurar enxergar em cada objeto ou sensação que aparece uma potencialidade criativa.

  Hoje, a literatura tem que se reinventar e acrescentar. A internet se tornou uma espécie de laboratório de ideias”, conta o escritor gaúcho Michel Laub, autor do livro “O tribunal da quinta-feira”, um romance sobre intolerância virtual.

  O livro “Eu me chamo Antônio”, nasceu sem pretensão, de forma muito sincera e natural. Antônio veio ao mundo de parto normal, conta o escritor Pedro Gabriel. No final de 2012, ele surgiu no bairro do Flamengo, Rio de Janeiro, puramente no Café Lamas. Com uma pilha de guardanapos que estava no balcão do bar, Pedro anotou e esboçou algumas coisas.

 “Fotografei. Joguei na internet e, em pouco tempo, muitas pessoas começaram a me acompanhar, a comentar, a compartilhar e a curtir minhas poesias. Até hoje não sei explicar o motivo do sucesso dessa expressão, mas o que posso dizer é que cada guardanapo criado é um pedaço do meu mundo interno exteriorizado”, descreve o escritor.

SOU APAIXONADA PELA LITERATURA E COM INTERNET POSSO IR ATRÁS DE CURIOSIDADES

   Uma de suas fãs conta que sempre é muito bem recebida nas redes sociais do autor, para a estudante Gabriela Marques o livro ainda faz sentido, mas com a internet ele ficou ainda mais cativante, “Sou apaixonada pela literatura, e com internet posso ir atrás de curiosidades sobre a história e conhecer o autor, ás vezes crio algumas “fanfics” em site como Tumblr e Medium”.

   Para o escritor Michel Laub, essa interatividade é parecida, ele explica que não existia essa relação quando ele começou em 2001. Hoje, ele consegue acompanhar a repercussão, boa ou negativa, dos seus livros.“Você tem um contato com o seu leitor,

antigamente você dependia de poucos canais, os quais você tinha que agradar, era algo muito mais fechado e autoritário”, profere o escritor.

 Essa arte da interatividade já vem sendo discutida por pesquisadores na área. Henry Jenkins, estudioso dos meios de comunicação, considerado “um dos pesquisadores da mídia mais influentes da atualidade”, em um dos seus livros trabalha o conceito de “ Cultura Participativa”, em suma, esse conceito enxerga o público como possíveis participantes que interagem para formar novos conteúdos, em seu papel, passa a ser ativo, produtivo e sociável, podendo assim expressar sua criatividade.

   Gabriela sem saber faz parte dessa cultura criando histórias a partir de outras na internet. As “fanfics” fazem parte de um mundo que vai muito além do livro. “É um jeito de não deixar a história morrer”, ela expressa.  

  As séries de E-books “Delegados Tobias” interativos criados pelo escritor Ricardo Lísias passou do livro para o Facebook. O escritor criou uma página para o personagem “Tobias” na rede social, palco de discussões entre o personagem e o próprio autor, “A internet é sobretudo um fenômeno de linguagem verbal e visual, a arte tem tudo para acontecer nesse espaço também”, conta Lísias em uma entrevista para o jornal “Correio Braziliense”.

   Lísias além de divulgar seu livro no Facebook, também o usou como ferramenta literária, muitas pessoas participaram das discussões.
   O jornalista, Paulo Borges, esteve presente em algumas delas, “Eu senti que estava fazendo parte da história, isso me incentivou a ler toda série de E-books do autor”, para ele essa comunicação é uma ferramenta essencial para educação, “Eu levei seis meses para ler “Vidas Secas” do Graciliano Ramos, meu filho tem 13 anos e já leu várias obras do escritor pela internet”.

DIANE NASCIMENTO

DIANE NASCIMENTO

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