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ELAS JÁ INVADIRAM SUA PRAIA

Vinicius Bolaina

praia

Transformação

Sobre o Autor

  Em 2013, Cristina Santos de 31 anos, atingiu um feito histórico: alcançou o primeiro lugar no ranking mundial de Super Street Fighter IV: Arcade Edition. Com a grande façanha, veio algo que é muito comum no universo dos games. Com a liderança de uma mulher em um dos rankings de um game muito jogado, grande parte da comunidade de homens iniciou uma onda de ataques machistas que argumentavam que o espaço era apenas para homens.

   Vittoria Dutra Pirró, mineira de Poços de Caldas já está bem familiarizada com o universo conservador dos gamers. Com apenas 14 anos, em 2015, Vittoria se tornou uma atleta profissional de LeagueofLegends após ser a selecionada entre mais de seis mil candidatos. Contudo, isso gerou protestos, referindo-se a capacidade de uma garota praticar o E-sport.

 "Quando comecei a jogar, tive amigos que ficaram enciumados, diziam que eu não tinha potencial e, sempre

que podiam, me colocavam para baixo. Procurei me distanciar deles".

  Em 2012, o blog PriceCharting realizou um levantamento onde 874 jogadoras foram entrevistadas. Os resultados foram surpreendentes. Frases do tipo “larga o controle e vá lavar louça” ou então “não sei quem deixou sair da cozinha” já foram ouvidas por 63% das pesquisadas, além de propostas indecentes, assédio moral e cantadas ofensivas. Por causa de assédio, cerca de 34% já deixaram de jogar por um tempo. Além disso, 9% assumiram que esses ocorridos causaram o abandono do hobby. "Passei maus bocados. Sofri ataques em redes sociais e até na vida pessoal. É uma fase que prefiro esquecer", Admitiu Cristina Santos, que além de liderar o ranking de Street Fighter IV também se tornou a brasileira com mais pontos da plataforma Xbox.

  Dentre algumas das razões para o fenômeno, a canadense Anita Sarkeesian divulgou, em seu blog FeministFrequency, uma serie de vídeos onde ela debate a sub-representação feminina nos videogames.

  Após a divulgação de seus vídeos, Anita sofreu também com ataques machistas de pessoas desse universo, sofrendo ameaças de estupro e até morte.

NÃO HÁ JOGOS PARA HOMENS OU PARA MULHERES

 Contudo, segundo dados realizados pela Pesquisa Game Brasil 2016, as mulheres já são 52,6% dos gamers no Brasil. A crescente participação do público feminino na comunidade gamer já pode ser notada no Brasil Game Show (BGS), a maior feira de jogos eletrônicos da América Latina.    "Na última edição, 28% do público eram mulheres", calcula Marcelo Tavares, fundador e CEO da BGS."Precisamos entender que não há jogos para homens ou jogos para mulheres. Há ótimos jogos que podem e devem ser apreciados por jogadores de ambos os sexos, sem preconceito ou discriminação", defende Marcelo.

  O índice de jogadoras já mais da metade, porém, nas questão de desenvolvimento, as mulheres ainda são apenas 10% na parte de desenvolvimento de games. Por isso a criação da WomenUp Games, que promove a inclusão das mulheres na indústria dos games. Palestras sobre a representatividade feminina nesse universo e workshops são disponibilizadas para quem tiver interesse.

Vinicius Bolaina

Mayara Zago

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